RESUMO

Os mercados futuros agropecuários são reconhecidos instrumentos de mitigação de volatilidade de preços, entretanto produtores rurais pouco utilizam esse instrumento, entre os motivos está aversão ao risco e assimetria de informação. Esse trabalho buscou compreender como, além da teoria neoclássica econômica, os vieses cognitivos podem interferir na decisão de produtores rurais de café robusta de Cacoal, Rondônia em operar mercados futuros. Por meio de pesquisa de campo em uma amostra não probabilística de cunho exploratório, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas a produtores de café robusta no município de Cacoal, Rondônia baseadas na teoria prospectiva, com a finalidade de estabelecer relações entre vieses cognitivos e propensão em atuar em mercados futuros. Verificou-se que os produtores apresentam indícios de excesso de confiança e que aqueles que têm melhores expectativas de preços futuros são os que menos desejam atuar em mercados futuros. Além disso, verificou-se que os produtores são avessos ao risco no campo dos ganhos e propensos ao risco no campo das perdas, e quem mais aceita riscos no campo das perdas são os não propensos em atuar em mercados futuros. Concluiu-se que vieses cognitivos afetam a propensão em utilizar mercados futuros como ferramenta de redução de riscos, e que pesquisas seguintes precisam levar esses efeitos em consideração para compreensão da decisão de atuar em mercados futuros.

Palavras-Chaves : Hedge , Teoria Prospectiva, Agricultura, Aversão a Riscos

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